quinta-feira, 5 de junho de 2014

Brasil: Um professor de luta no ringue contra o crime

Jorge Luiz de Oliveira deixou o tráfico de drogas e hoje é exemplo para jovens da Favela da Rocinha, onde dá aulas de boxe e muay thay.

               

Jorge Luiz Oliveira, o Predador, é morador da Rocinha e deixou o tráfico de drogas para trabalhar como professor de lutas há quatro anos. (Flávia Ribeiro para Infosurhoy.com)

RIO DE JANEIRO, Brasil – Depois de cinco anos envolvido com o tráfico de drogas, Jorge Luiz de Oliveira, 33 anos, procurou o treinador de boxe Raff Giglio, que tem uma academia de luta na Favela do Vidigal, para uma conversa franca.

“Ele contou que era do tráfico, mas queria sair da vida errada e precisava de um incentivo”, lembra Giglio, que também comanda um instituto voltado para jovens carentes, o Todos na Luta.

Tal conversa aconteceu há quatro anos. Morador da Favela da Rocinha, na Zona Sul do Rio, Oliveira praticava boxe desde a adolescência. Giglio o incentivou a fazer o curso de formação de professores da Federação de Boxe do Estado do Rio de Janeiro. Um ano depois, Oliveira começou a trabalhar como treinador de boxe.

“Nunca me arrependi de ter ajudado. Ele se afastou do crime e hoje serve de exemplo para a garotada”, diz Giglio, que foi treinador de Esquiva Falcão, medalhista de prata nos Jogos Olímpicos de Londres em 2012. “As crianças olham para ele e veem que o esporte pode dar um caminho digno.”

Oliveira é hoje professor de boxe e de muay thay na Rocinha.

No boxe, ele atende 60 alunos do Complexo Esportivo da Rocinha, mantido pela Secretaria de Esporte e Lazer do governo do estado do Rio de Janeiro. No mesmo local, ele treina 70 alunos da recém-inaugurada Escola de Muay Thay Anderson Silva, que é uma parceria do governo do estado com o famoso lutador de MMA.

“O único envolvimento que tenho com o tráfico hoje em dia é o de tentar resgatar quem está lá”, diz Oliveira, que no ringue é chamado de Predador. “Já consegui tirar adolescentes, que estavam começando a trabalhar como aviões, mas optaram pelo boxe.”

Oliveira se envolveu com o tráfico aos 24 anos.

“Fiquei no meio de muito tiroteio, vi amigos morrerem. Foram cinco anos até que consegui sair”, diz ele. “Um mês depois da minha saída, a polícia descobriu meu envolvimento e fui preso.”
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