sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Confissão de uma prisão interior..



                      
A carta terminada estava em minhas mãos, percorrendo os sentidos de incertezas se deveria ou não enviá-la. Estava certa que assim o faria. Já estava mais do que na hora de assumir meus atos e então desistir dessa ideia de mentir para quem tanto fez parte da minha vida.
Dobrei-a, com cuidado, e coloquei-a no envelope.

Janny chegou em casa com Mag.
Ao ver o envelope em minhas mãos, perguntou:
- Para quem é a carta?
- Mamãe.
- Ora, você nunca foi de escrever para ela. O que aconteceu?
- Estou confessando tudo, Janny. Não aguento a pressão de conviver com a mentira.
- Seria uma maneira rápida de terminar as coisas, não é? - indagou Mag.
- Não é bem assim, Mag. Estou desistindo. Não dá mais. Melhor confessar e libertar o que está preso dentro de mim, nem que isso custe a minha prisão externa.
- Não diga isso - Janny respondia, tentando consolar-me. - Você precisa de alguém que te defenda, só isso.
- Você não pode desistir. Ela tem razão, você precisa é de uma boa defesa. Pode nos chamar como testemunhas, não é Janny?
- Sim, claro. Provaremos sua inocência. Vai dar tudo certo.
- Obrigada pela ajuda, meninas, mas acho que vocês não sabem muito bem a história verdadeira e disso não há como fugir. Eu matei sim, mas não foi por legítima defesa. Ele não tentou me agredir. Eu só queria matá-lo porque ele tirou uma jóia preciosa de dentro de mim. Ele me deu um remédio para abortar. Não sabia disso, mas fiz um exame e foi diagnosticado. Perdi meu filho.
Ben tirou-o de mim e eu tirei a vida dele por vingança.


Natalia Araújo, 24/05 - 00h46.
Texto escrito exclusivamente para a pauta do OUAT (e não é real)
Temas: Em itálico.

Nota: 9,5 - Não peguei pódio dessa vez.

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